6/30/2010

Mãe, Pai


Às vezes é difícil lutar, é verdade. Mas foram vocês que me ensinaram a lutar e a ter coragem para enfrentar os meus problemas. Vocês fizeram de mim, uma lutadora, fizeram de mim uma pessoa com coragem, fizeram de mim a mulher que hoje consigo ser. Vejo a vontade nos teus olhos, pai. E o desespero nos teus, mãe. Porque hoje estão tão, de certa forma, fracos? Porque mostram hoje essa tristeza, se sempre me ensinaram a felicidade, sempre me ensinaram a ser forte. Nunca me mostraram o sabor da derrota e da desistência, porque hoje se deixam ir abaixo? O teu orgulho, pai, enfraquece o teu coração, e quebra as pontes entre a família, sinto que neste momento estas a erguer os muros que nos irão separar. Mãe, não mereces tanta luta, isso deixa-te tão indefesa, apesar de te fazeres de forte, eu sei que tu, mãe, já não aguentas.
E sim, agora entendo. Essa é a vossa forma de lutar. É a vossa maneira de enfrentar a vida. Porque necessitam do valor principal, carecem de amor. E sinto que nestes anos todos conseguiram, não só manter o amor, como construi-lo. Não só mantiveram as pontes que nos ajuda a compreendermo-nos mutuamente, como ligaram laços, hoje quase inseparáveis.
Obrigado por tudo o que me ensinaram

6/18/2010

Lembras-te, amor?


Lembras-te de quando nos amávamos? Parece que já foi noutra vida. Mas espero é que ainda te lembres que eu existo e que ainda te amo. Não estou desesperada nem desiludida. Estou apenas sozinha. Lamento que não tenha dado certo, lamento ainda mais que a culpa seja tua. Tenho consciência que sempre fui correcta contigo e sempre dei aquilo que precisaste. Sabes, devias pensar mais na vida e nas tuas escolhas. E apesar de tudo ainda sinto a tua falta. A pena que sinto de ti é óbvia, porque também sinto o teu arrependimento. Na vida há coisas que podemos escolher e se forem escolhas más temos que viver com elas. Eu apareci na tua vida, não foi uma escolha. Mas teres deixado fugir o meu amor aí a escolha já foi tua. Se a vida te deu uma oportunidade, porque a deixaste fugir? Agora vens um pouco tarde para limpar as minhas lágrimas, não achas? Talvez se lutasses, quem sabe o que pode acontecer. Eu amo-te e até, por burrice ou não, eu te perdoava. Mas se falhasses outra vez? Virava-te as costas e fingia que não te conhecia. Iria ser difícil para ti? Para mim iria ser a coisa mais difícil que já fiz até hoje. Mas a vida há sacrifícios que têm que ser feitos. Não só por nós, mas também pelos outros. Porque te arrependes agora, que tudo estava a passar? Digo que não te quero de volta, mas se dissesses que me amavas a mim só me apetecia voltar para ti. Mas também sei que as coisas não são bem assim. Tudo me parece mais claro agora que já passou algum tempo. Mas mesmo que voltasse para o teu lado, quem me garantia que não me voltarias a deixar-me para trás. Porque por muito que perdoe, não esqueço. É difícil viver com isto. O passado persegue-nos e tu sabes disso melhor do que ninguém. Estou a escrever isto, mas sei que nunca irás ler. Mas ao escrever é como se eu estivesse a dizer-te tudo. Sei que isto não é forma de tudo se resolver, mas não sei que fazer. Na verdade é como se estivesse num labirinto. Se não me vieres buscar fico aqui. E pelas tuas palavras é como se não estivesses a ligar ao que te estou a dizer. E sonhar é uma palavra sem sentido algum. Queres-me de volta, luta. Não queres, deixa-me. Se calhar é melhor assim. Só quero que saibas que te amo e nada vai mudar o que sinto por ti. Quero que encontres aquilo que procuras. Quero que sejas feliz. Por mais tempo que passe não te vou esquecer. Talvez um dia substituirei o teu amor, mas nada será igual. Porque o primeiro amor é o único que nos fascina.

6/05/2010

...não sei.


Por momentos penso em desistir, mas eu nao sei. Por momentos apetece-me chorar, mas eu nao sei. Por momentos só quero esquecer, mas eu nao sei. Juro que ja nao entendo, o coração aperta cada dia mais. Só choro, sinto a cabeça a estoirar, os olhos húmidos, o coração bem pequenino. Acho que estou a enfraquecer. O teu olhar já nao me dá esperança, aa tua voz ja nao me traz força e os teus abraços ja nao me trazem calma. Porque agora sou tão só eu sozinha, que a tua presença parece apenas de corpo. Não sinto a tua alma nem o teu pensamento em mim. Não quero ser o que tu usas, porque eu nao sei sê-lo. Não consigo ser aquilo que tu queres que eu seja, mas vivo infeliz se o for, até porque te vejo feliz assim e, é assim que te amo. As contradições de mim propria, que a mim me faço, deixam me um nó no estômago, daqueles bem apertados. Mas chegas tu com as tuas falinhas mansas, até porque sabes bem que nao te resisto. Mas o amor que me dás so me deixa feliz naquele instante, porque parece ser só naquele momento de prazer, que me amas. Mas hoje nao consigo, e amanha talvez nao consiga, mas eu nao sei.