O tempo passa demasiado á força. Apesar dos anos esquecidos para trás, há sempre aqueles momentos que não queremos esquecer. As pessoas partem antes de nós. Umas de maneira natural, outras de maneira estúpida. Mas só temos de aceitar as leis da vida. E apesar de ter sido já há três meses, a solidão continua a penetrar o meu coração. A falta que me fazes é como se colhessem uma rosa ainda fechada e, de repente, o jardim fica melancólico. O meu jardim perdeu a rosa especial, mas nunca esquecerá o lugar onde estavas e da forma como preenchias o meu jardim. O tempo passa e eu recordo, e as lágrimas parecem arder na cara. As saudades sufocam e, quando dizem que o tempo cura tudo eu penso que isso é a pior mentira que podem contar. Quanto mais o tempo passa, mais caio na realidade de que não voltarás. E aquele sítio onde permanecias, está vazio e frio. Esse lugar não tem cor e simplesmente não consigo entrar lá. Dói-me a alma. Simplesmente, quanto mais o tempo passa, mais sinto que falta alguma coisa. O tempo trás recordações que não queremos simplesmente relembrar, mas às vezes é preciso sentir aquilo que nunca sentimos, para que um dia, antes de perdermos alguém importante, e se um dia o meu jardim perder outra rosa, eu semearei outra. É certo que não voltará a ser igual, é certo que a rosa trará outro cheiro, esse rosa trará outra prosa. Mas nesse lugar, já lá esteve outra, á qual o jardim agradeceu a sua cor e o seu brilho. E hoje sinto que o jardim está a morrer lentamente. Preciso de água, preciso de alguma coisa para que o meu jardim reviva e sinta que eu ainda aqui estou. Porque o tempo me traiu, porque o tempo me magoa imenso, porque sei que as coisas não voltarão. Só quero continuar com os bons momentos, mas com saudades. Mas depois de chorar, só me apetece rir, rir muito mesmo. Porque sinto saudades. E sei que a saudade que sentimos agora, é uma prova de que o passado foi maravilhoso. E a rosa que morreu brilhou toda a sua vida. Nunca te esquecerei. O meu coração nunca esquecerá a maneira de como preenchias a minha solidão. E o aperto que sinto, é que os meus dias de solidão, serão apenas preenchidos por mim. Eu e eu, aqui! Mais ninguém. Mas se me vires, só quero que olhes por mim. Porque sempre que penso em ti, dá-me vontade de te ter. Para sempre, tu!
